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02/10/2013

é Proibido Brincar - Artigo Publicado em Nosso Site Pelo Articulista Fábio Bessa

É proibido brincar

Publicada lei que retira armas de brinquedo do mercado no DF. Talvez seja o começo de um modismo. Muitas outras cidades, talvez estados, tentarão aprovar leis como essa.

Eu fico aqui me perguntando: Por que as autoridades brasileiras vêem nesse objeto chamado “arma de fogo” o grande vilão da violência urbana? É como se os pratos e os talheres fossem os responsáveis pela obesidade e pelo acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos das pessoas. Imaginar que a ausência de armas de fogo na sociedade seja uma forma de extinguir a violência dessa mesma sociedade é tão ridículo que não dá nem pra ser uma utopia.

As crianças serão proibidas de construir pistolas, rifles e espingardas com cabos de vassoura, como tantas já fizeram um dia? E aquele inocente gesto de apontar o indicador à frente e o polegar acima, também será proibido? “Arma não é brinquedo. Doe livros”, diz o slogan da campanha. Carro também não é brinquedo, mas iremos apreender os carros de brinquedo também? Aonde iremos chegar?

Acabo de ler um trecho da entrevista com o atual campeão mundial da Fossa Olímpica, Giovanni Pellielo, que venceu o Campeonato Mundial pela quarta vez, ontem, em Lima: “Comprei minha primeira espingarda em 1988, quando criança. Tive que pegar um empréstimo para comprá-la. Não poderia imaginar que um dia seria quatro vezes campeão do mundo”. Em países onde o Estado não é a babá do povo, as pessoas têm direito de praticar o esporte que quiserem desde criança. A responsabilidade é dos pais, não do governo, seja em que esfera for. As liberdades individuais deveriam estar acima do que o governante de turno acha certo ou errado.

Neste mesmo Campeonato Mundial onde Pellielo se consagrou campeão pela quarta vez, também aconteceu o Mundial da categoria Júnior. Quantos atletas o Brasil levou? Zero. Nenhum. Como formar um time olímpico sem base? Como ter base se para praticar o tiro menores de idade precisam de autorização judicial? E quanto tempo temos até avançarem sobre as armas de pressão, paintball e airsoft depois de proibirem as armas de brinquedo? Precisamos pensar para onde estamos indo e que país queremos ter.

Vejam o que diz o secretário de Justiça do DF Alírio Neto: “A aprovação do projeto de lei é importante porque vai contribuir com a construção de uma cultura de não violência”. Essa tal “construção de uma cultura de não violência” não depende da ausência de armas, sejam elas de brinquedo ou não. Não faltam exemplos de países com mais armas de fogo por habitante que o Brasil e com taxas de homicídios absurdamente menores que as nossas. Depende, sim, é de políticas voltadas para formar cidadãos conscientes de seus direitos e seus deveres, que sejam responsáveis e responsabilizados por seus atos.

Enquanto o foco dos governantes for, deliberadamente ou não, as armas de fogo, o país seguirá os piores exemplos da história da humanidade.



Fabio Bessa

Blog Primeiros Tiros

fonte: Blog Primeiros Tiros
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